OS CRIATIVOS SÃO CÍCLICOS...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

No dia dedicado a Consciência Negra...




 
 ...pintemos o mundo
de rosa  choque,
de  rosa bebê, de rôxo,
de lilaz, de vermelho...
da cor que a mulher  desejar,
pois é ela,  de qualquer etnia,
cor ou sonho a que mais se ressente
da opressão congruente  desse nosso
                        perverso processo histórico                                                          
de dominação.



Descreve do jeito que bem entender, descreve seu moço
Porém não te esqueças de acrescentar, que eu também sei amar
Que eu também sei sonhar, que meu nome é mulher


Descreve meus olhos, meu corpo, meu porte
Me diz que sou forte, que sou como a flor
Nos teus preconceitos, de mil frases feitas
Diz que sou perfeita e sou feita de amor


Descreve a beleza da pele morena
Me chama de loira, selvagem, serena
Nos teus preconceitos de mil frases feitas
Diz que sou perfeita e sou feita de mel.


Descreve do jeito que bem entender, descreve seu moço
Porém não te esqueças de acrescentar, que eu também sei amar
Que eu também sei lutar, que meu nome é mulher.


Descreve a tristeza que tenho nos olhos
Comenta a malícia que tenho no andar
Nos teus preconceitos de mil frases feitas
Diz que sou perfeita na hora de amar.


Descreve as angústias da fome e do medo
Descreve o segredo que eu guardo pra mim
Nos teus preconceitos de mil frases feitas
Diz que sou perfeita, qual puro jasmim.


Descreve do jeito que bem entender, descreve seu moço,
Porém não te esqueças de acrescentar que eu também sei amar,
Que eu também sei lutar, que meu nome é mulher.


Descreve, seu moço, a mulher descontente
De ser objeto do macho e senhor,
Descreve este sonho que levo na mente
De ser companheira no amor e na dor.


Descreve do jeito que bem entender, descreve seu moço
Porém não te esqueças de acrescentar, que eu também sei amar
Que eu também sei lutar, que meu nome é mulher.


Dedido esses versos a linda Martinha, que na nossa adolescência enchia de docilidade  a Canção da Mulher Latino-americana do Padre Zezinho, com sua voz melodiosa e seu jeito único de cantar, num quase sussurrar... renitente em minha memória, no lúdico movimento de passar dos anos.

Que bom que há no mundo mulheres como a Rita Lee, que bradam por situações que tanto incomodam aos que percebem que  existem valores mais relevantes a se considerar e se indgnam com barbáries cometidas em nome de desimportâncias e injustiças.

 

Por Lela


Nenhum comentário:

Postar um comentário