OS CRIATIVOS SÃO CÍCLICOS...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Caetano Veloso e a Perfeita Imbecilidade Ególatra



                                                                                                   

Disse o baiano ao jornalão dos Mesquitas, declarando seu voto em Marina Silva:
- Ela é meio preta, é cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro. Ela fala bem.


A declaração é reveladora. Serve bem a desmascarar esse Caetano ególatra, subproduto pós-moderno de si mesmo, tolo que substituiu o poeta sem lenço e sem documento. O atual Caetano, aliás, converteu-se numa espécie de Gabeira sem carreira parlamentar. Folga em construir frases de efeito (?) que ecoem o pensamento da malta conservadora.


Aliás, ególatras, tanto um quanto outro, pronunciam aquilo que os eleva a ícones publicitários da mídia reacionária e monopolista. Para Cagabeira, bons alunos de FHC, princípios e história estão em segundo plano. Vale a exaltação do "eu", muitas vezes doentia, muitas vezes ridícula, quase sempre deprimente.


Cabe lembrar que, no agora decadente, ambos não se envergonham de adular o tucano-demismo. Julgam-se, assim, diferentes, autônomos, batutas... No caso do compositor baiano, não há acanhamento na rotina de visitas à casa grande. Pede-se a "bença" ao coronel, como se isso fosse "bonitinho", supimpa. Logicamente, ao sair, entregam-lhe na varanda uma cesta de pães amanhecidos, uns maracujás murchos e até uns tostões, prova da generosidade do senhor de engenho.


Caetano se julga o gênio da raça, o supra-sumo da cultura mestiça brasileira, o sol da Tropicália, o sabe-tudo que, de tão sabedor, pode desprezar os incultos da pátria. Blasé por desejo divino e necessidade. O poeta se julga mais poeta porque inventa coisas enigmáticas que o povo não compreende. Acredita, desde sempre, que se distinguiu dos mortais da arte ao reproduzir os vôos concretistas dos irmãos Campos e de Décio Pignatari.


Qual seria, então, o conceito caetanista de analfabetismo? E o que seria "saber falar"? Para quem cagou montes para a regra, o vetusto Caetano agora se arroga protetor da norma culta. Metido com os descolados gurus da Semiótica, tão afeitos à subversão das formalidades da língua, Caetano vai terminando a vida como um ortodoxo, rabugento e tolo capataz copista.


Talvez o que incomode Caetano seja justamente a inteligência de Lula, sem verniz, sem laços, fitas e rimas forçadas. O pernambucano comunica-se, transmite a mensagem e, mais que isso, faz de sua locução uma poderosa arma de transformação. Lula, para completar, é autêntico e "faz acontecer". Ora, isso causa muita inveja nessa turma dos pedidores de "bença", tantos deles enfiados na boa Bahia, uns rebolando em cima de trios elétricos pagos pela Philips, outros servindo de escribas para a família Marinho.


Ironicamente, o Caetano envelhecido, cruzado da gramática, também levaria puxões de orelha dos Pasquales da vida. Pontua mal, embanana-se em conjugações e, não raro, confunde-se nas regências.


Por fim, talvez "cafona" seja a palavra mais "cafona" da língua. Perceba-se: somente cafonas e afetados a utilizam.


E a que será que se destina, a cajuína?


No caso de Caetano, fazer papel de imbecil ególatra. Esta, pois, virou a sua sina.

por Mauro Carrara*


*Mauro Carrara é jornalista, nascido em 1939, no Brás, em São Paulo. Na década de 80, prestou serviços para a ONU em países como China, Iraque e Marrocos. Atua na área de comunicação e relações internacionais.


Amei receber esse texto enviado por Queila Levinstone. Quando ouvi tamanha imbecilidade proferida por quem foi um dos grandes poetas da minha geração, e particularmente grande ídolo meu, achei super pertinente postá-lo, pois a visão desse Cae é no mínimo decadente. Ensimesmado em seus sofismas e falácias, sente-se over all... Afrontou, no tempo passado do verbo e da história, com a sua permissividade e intredipez essa mesma descriminação a que hoje segura firmemente o mastro para tremular a bandeira... Um deserviço para quem, ao longo da discografia brasileira, nos emocionou com grandes acordes e versos... 

Chegou às minhas mãos uma cópia da  redação feita por Caetano Veloso, no dia 03/07/1959, numa prova de Português com o Professor Nelson Oliveira, em que ele escreve:

Ensinar. Tirar de dentro de nós mesmos, o que sabemos, o que conseguimos angariar de bom na vida. Se procuro hoje atentar para as coisas dignas é porque quero amanhã transmitir para alguém o que sei. Ensinar é a profissão que nos aproxima de Deus. Que foi deus, que é Deus, senão um Mestre?  Ensinar não é só uma profissão, ensinar é uma arte. O ensino necessita da justiça de um verdadeiro juiz, da pureza de um sacerdote, da paciência de um verdadeiro médico.  Professor é um médico espiritual, cura os erros do intelecto, livra a alma da ignorância. O professor  é o guia que nos leva pelos caminhos cheios de beleza, da ciência. Que imensa beleza, que enorme beleza existe no fato de um mestre tirar a dúvida de um aluno, de um professor ensinar uma coisa nova a um aluno. De um professor ser justo e compreensivo.

Ensinar... a milagrosa arte que abre largos horizontes na vida dos jovens.
Ensinar... o milagre que transforma um homem num artista.

Caetano deveria agora começar a escrever sobre Aprender... Aprender sobretudo com a biografia de ambos, LULA e MARINA que tem muito mais em comum do que a origem no MAR, são eles PhD na ciência da superação.


 Por Lela

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