OS CRIATIVOS SÃO CÍCLICOS...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Retrocesso


As vezes me ponho a indagar sobre o que fazem as pessoas a agirem com tanta hipocrisia com suas próprias vidas e com a vida alheia. Tenho visto, estarrecida a história de uma estudante ser expulsa de uma UNIVERSidade por conta de um vestido curto e isso me escandaliza. É um despautério sem precedentes. Se analisarmos etimologicamente a palavra vem de UNIVERSo, ou seja, pluralidade, multiplicidade de informações, formações, gostos, preferências, opções, possibilidades e escolhas. Alguém escolheu ir à aula com o corpo muitíssimo mais coberto do que qualquer uma de nós vai  à  praia, clube, ou qualquer imagem de publicidade de cerveja ou em cena  banal da novelinha adolescente de fim de tarde, que adentra nossos lares e tal fato fez com que um grupo de pérfidos arvorando-se defensores do bom ambiente escolar achicanassem, constrangessem, agredissem e detonassem a estudante. Eu, que em meados dos anos 80 frequentei a UESB usando as microsaias e tops mais curtos possíveis, que fiz, com a maior dignidade, todos os topless que desejei fazer, inclusive dentro do campus universitário, numa performance teatral que cuminou com a nudez total do irreverente amigo Chico Estrela [tudo pela arte] e fui herculeamente defendida na imprensa local pelo saudoso e queridíssimo Jorge Luiz Melquesedeque, me indgno em ver que numa instituição de ensino superior o modelo de vestimenta deva ser anuído pela coletividade.

Relembrando um pouco a história recente do Brasil, num ponto localizado do tempo de maior turbulência e crueldade socio-política, é perceptível o papel do estudante acadêmico como instigador, contestador, transformador, corporando ideologicamente as palavras de Mahatma Gandhi: seja a mudança que deseja ver no mundo, por questões essencialmente relevantes. É vergonhoso ver que a força policial que outrora reprimira e torturara os estudantes em suas indumentárias de protesto, em grandes manifestações por lutas reais, sociais e libertárias, seja agora, três décadas depois, acionada para compor a escolta de alguém que, como eu mesma já fiz tantas vezes, foi ao ambiente escolar pronta para ir a uma festa, uma balada. Num tempo em que se registra os maiores avanços da mulher, nas mais inimagináveis áreas de atuação profissional, aliando-se ainda as tantas funções da fêmea que gera, que cria, que eDuka, que ama, que alicerça a família, é inconcebível que alguns centímetros de tecidos exponha um gênero da nossa espécie à execração pública.

Um retrocesso que só demonstra que as pessoas devam empreender suas energias em ações muitíssimo mais úteis e produtivas. Se cada um daqueles guardiões da dignidade acadêmica  fulcrasse sua força - da palavra e da ação - para angariar itens de higiene pessoal [papel higiênico, sabonete, creme dental, shampoo] por exemplo, e levasse a uma instituição filantrópica que abriga crianças, idosos, pessoas em deficit social, talvez assim suas almas passassem a  lobrigar um pouco da limpeza moral que suas mentes encardidas pelo preconceito e falso moralismo tentam demonstrar ter.

Por Valéria Valério


BOM REFLETIR COM QUEM SABE: Lya Luft.

Apesar de todos os medos, escolho a ousadia.
Apesar dos ferros, construo a dura liberdade.


Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas
aos limites da comprovação e da segurança.


Eu, (...), sou assim.
Pelo menos assim quero fazer:
a que explode o ponto e arqueia a linha,
e traça o contorno que ela mesma há de romper.


A máscara do Arlequim não serve apenas para o
proteger quando espreita a vida, mas concede-lhe
o espaço de a reinventar.


Desculpem, mas preciso lhes dizer:
EU quero o delírio.


Lya Luft

5 comentários:

  1. Lela, e o que mais me impressiona,não é exatamente o micro vestido da estudante.O que me impressiona de fato,é que estamos cercadas por pessoas tão hipócritas,quanto aqueles universitários.Mas devo dizer,que isto apenas reflete a historia das nossas faculdades e "faculdades".Eu ando pasma,diante dos discursos
    dos estudantes universitários.A moça,estuda turismo;com certeza,(pelas entrevistas dadas,)mal fala português.
    Claro,que é apenas o instinto deste ser chamado homem,vindo à tona da forma mais grosseira,que se pode assistir.Ouça as declarações dos professores;pessoas totalmente despreparadas para a vida;imagina você...para viver no complexo universo hoje em dia chamado de Universidade.Já não se precisa mais(normalmente) estudar.Basta poder pagar.
    Eu me envergonho desses universitários modernos.
    Você sabe,que já não mais muito dada às letras.
    Como diz o nosso alegre CALDAS...a gente precisa de resultados.E infelizmente,as letras,não estão nos levando muito longe.É triste demais.
    Ninguem mais lê;escreve;é uma decepção.
    Em função disto e dos amigos hipocritas que tenho
    (você também os conhece,),já nada mais me espanta.
    Comprei um bilhete.Vou voar para Paris dia 9 de dezembro;tentar esquecer um pouco,este universo de hipocritas que me rodeia.E a hipocrisia que vaga em todos os setores.
    Ninguem já não sabe mais quem é hetero,quem é homo,quem é bi,quem é o que.Porque até com a sexualidade,as pessoas são hipocritas.
    Então,o que esperar, desses pobres universitarios
    que sequer sabem o sentido da palavra???
    Ta tudo muito junto e muito misturado.
    Sinto por Hannah,Rara e Duka.
    Beijinhos cheios de saudades.
    em tempo:Se tiver erros de portugues,corrija.Eu vou tentar reaprender,lá em Portugal!!! rsrsrs
    Leone Lacerda

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  2. Só mais um detalhe nessa conversa: A Uniban Uniban tem uma das piores médias do país na avaliação do IGC (Índice Geral dos Cursos) aplicado pelo MEC (só para constrar esse dado foi tirado do site do MEC e são de agosto de 2009). Talvez esse dado ajude a explicar essa lambança toda.

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  3. Comentário postado por Leila Brito sobre o Retrocesso no Portal do luis Nassif:

    E VALE conferir o www.chacomletras.com.br com a Leila, que como eu, é um pouco Diniz, rsrsr.

    Cara Valéria...

    No meu entendimento (e aí fala alto a minha Lua em Escorpião - regedora da minha intuição libidinosa: que o diga minha intensa e densa expressão poético-erótica... rsrs), o que houve com os "universiOtários" da UNIBAN(homens e mulheres, incluindo-se aí os seguranças, professores e funcionários presentes ao recente inimaginável "ritual de canibalismo") foi uma TARA (excitação sexual anormal) COLETIVA fora de controle.

    Sim! Houve uma comoção sexual pública de alta tensão (ou tesão) e de uma agressividade tamanha que configurou um estupro coletivo. Ou, digamos, uma HISTERIA SEXUAL generalizada, de impactante violência sobre o objeto do desejo estuprado: o mulherão Geisy Arruda.

    Está clara a demonstração de uma depravada excitação da libido reprimida, em todos aqueles primatas imbecis (de inteligência 0), que foi se alastrando numa reação em cadeia vertiginosa, como acontecia com as Virgens de Salen que, sexualmente excitadas, se tornavam histéricas, agressivas e descontroladas, e inflamavam a coletividade contra aqueles que elas julgavam bruxas e bruxos a serviço do demônio.

    E que estrago fez o demônio Geisy Arruda com seu vestido rosa-choque(nada indecente, mas insinuante), que, como você observou, é mais decente que muitas das roupas que usamos na década de 70. E o problema não era o vestido, nem mesmo as formas exuberantes do corpo dela, nem a sua sensualidade (sua bendita feminilidade!), e sim, a TARA dos trogloditas que a estupraram coletivamente em suas mentes depravadas.

    A síntese é esta: Geisy Arruda sofreu um estupro coletivo, tendo sido moralmente violentada de forma sádica e cruel por mais de 700 tarados em um ritual da mais torpe e devassa ORGIA. O mínimo que se devia fazer, legalmente falando, era processar todos os estupradores presentes ao evento, a começar pelo Reitor da Universidade que, se ausente estava, dá mostras inequívocas de tara reprimida.

    É minha amiga... A Inquisição Medieval ressurge, com suas Virgens de Salen e seus comparsas inquisitores, em pleno Século XXI, e para nosso espanto, no Brasil: o país do Carnaval de nudez explícita, dos biquinis fio-dental e do topless (que eu também já tive o privilégio de fazer muitas vezes e, ainda, continuo fazendo, para meu deleite sensorial).

    Quanto aos inquisitores excitados e suas virgens em orgasmo desenfreado... FOGUEIRA NELES!!!

    Leila Brito

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  4. Nem vou repetir o que já foi dito pelos comentários anteriores, mas vou dizer que apesar de tudo, a moça do micro-vestido vai ganhar uma grana com essa estória toda: foi convidada prá posar na Playboy e achei o máximo, assim ela embolsa algum e dá altas risadas da comédia, mostrando um pouco mais prá que as masturbações tenham jatos mais potentes e faça vir à tona a hipocrisia de um povo, que diz que é, mas não é porra nenhuma no frigir dos ovos.

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  5. Olá Valéria :

    concordo com as pessoas que abominam esses falsos moralistas... são tão hipócritas que não conseguem se manter vivos com apenas um minuto de sinceridade... aliás, a sociedade atual passa por uma crise de valores ou melhor de inversão dos valores... vejo que a moeda de troca dessa gente é exatamente um dos vícios mais frequentes dessa sociedade fingida e medíocre... pois bem, as pessoas perderam os sentimentos basilares das virtudes humanas : tais como : sensibilidade, verdade, solidariedade,
    fraternidade, humildade, enfim, sentimentos tão nobres que a muito vem se deteriorando no decorrer dos tempos... o que estamos verificando todos os dias são as diversas manifestações de arrogância, prepotência, vazio, futilidade, inutilidade, hostilidade, falsidade, negligência e hipocrisia... quanta falta de honestidade, inverdade... cada um deveria se preocupar antes de manifestar-se de forma tão horrenda e inútil em ligar o cérebro antes de se pronunciar, ou ainda de se preocupar apenas com seus mundinhos nefastos com suas consciências vazias e impregnadas de valores fúteis de mini- disfarces, como a mini-saia que a estudante estava a usar... essa IES deveria mesmo está preocupada com a sua classificação junto ao MEC ou a CAPES... que determinam a qualidade dos corpos docentes e discentes e não com vestes, mini-saias ou coisa que o valham... é o que verdadeiramente penso. Grato a todos e até mais.
    Atenciosamente,
    Prof. Dirlêi A Bonfim.
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